quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

HOMILIA DA VIRADA DO ANO

Caríssimos Irmãos Paroquianos e Companheiros na Fé

“Tudo passa! Nós também passamos... Um só é eterno: O Cristo Total, plenificado no seu Corpo Místico - A Igreja que somos todos nós. “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. (Mt 28,20b) - O tempo passa. E hoje (31/12/2011) estamos encerrando um centenário de história de Fé da Igreja em Areia Branca. Naquele 1911, um rude operário marítimo que em perigo náufrago, mas suscitado por Deus e pela fé marcou um ponto no nosso itinerário de Igreja e veio legitimar e nos dizer da proteção de quem somos confiados - A Imaculada Mãe de Cristo e Mãe nossa – E neste sentido, que nos dizia o saudoso profeta D. Helder Câmara: “O que interessa é que ela é Mãe! – Chamem-na como a quiser chamar (de Conceição, Navegantes, Fátima, Mãe Rainha...) Ela sabe que chamamos é por ela. Nesta o que temos a lamentar é que de Manoel Félix não conseguimos muitas informações. Mas o importante é que existiu e fez história. E a passagem deste centenário de fé não podia se esvair na nossa memória. O fato de reformarmos o patamar da nossa Matriz no formato arquitetônico de uma embarcação (deem a interpretação que quiserem dar). Mas a verdadeira razão de ser, não é somente um sacramental que lembre a dinâmica e missão da Igreja que somos nós.

Os Evangelhos nos mostram a Igreja na imagem de um barco em que Jesus está presente, e que navegar no oceano do mundo que em momentos parece calmo e em muitas ocasiões é turbulento e ameaçador. Ondas impetuosas nos provocam pânico e medo na travessia de nossa história. Há mais de dois mil anos este barco (a Igreja) saiu do seu porto e não sabemos quando ele chegará ao seu destino. Temos a certeza de que Jesus nunca nos abandonará. “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. (cf. Mt 8,23-27); (Mc 4,35-41); Lc 8,22-25) – Deste barco nós somos a tripulação. Eis aí o verdadeiro sentido da reforma. E tudo tem a ver com a nossa cultura local.

No imaginário de muitos passam muitas interpretações. E símbolo e todo símbolo fala por si mesmo.

O imaginário do saudosista para no templo e no imaginário, se prende a acidentais sem busca do essencial; e por nada fazer jogar críticas destrutivas como formar de justificar sua ignorância, esconder os seus complexos, e mascarar a sua não participação e omissão.

Tentam impedir de o Reino de Deus acontecer.

Se fosse para preservar tudo como no tempo de “A” e de “B” não tínhamos lançado um “SOS” Matriz e hoje, no lugar de estarmos celebrando as alegrias de sua edificação, estaríamos chorando a sua implosão.

Mas é o Espírito Santo quem age e conduz esta Barca Igreja e através de seus membros com seus dons e carismas. Por isso, nesta noite estamos como os pastores em Belém alegres pela revelação de Deus no meio de nós, nos acontecimentos, na história. E nestes acontecimentos está sempre presente Maria desde as origens formando esta comunidade de filhos adotados por Deus, herdeiros de sua graça no Filho amado Jesus. E assim Deus nos salva quando as fraturas de nossa humanidade envolvendo-nos com as faixas de sua Divindade. A Palavra de Deus hoje, anuncia nossa filiação divina, mas manda abençoar todo o povo e aprender com os pobres na simplicidade de Maria, José e o recém-nascido, a salvação vinda de Deus.

Maria é a imagem da comunidade – Mãe que medita, interioriza o mistério pascal. É essa a nossa Mãe. Em todo nosso itinerário fomos educados por ela e cuidadosamente guardamos o acontecimento de Deus como guardava Maria.


Pe. Luiz Sampaio do Rêgo