Transfiguração do Senhor
— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles.
3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus.
5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo.
7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!”
8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles.
9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos.
10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles.
3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus.
5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo.
7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!”
8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles.
9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos.
10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
Diante do “escândalo” da Cruz, a Palavra de Deus apresenta-nos o
Cristo glorificado através de uma magnífica teofania, isto é, a
manifestação de Deus. Revela-nos sua glória para dar sentido à morte de
Jesus na cruz. Jesus levou seus discípulos escolhidos para uma alta
montanha e se transfigurou diante deles. Suas vestes se tornaram brancas
e brilhantes. Apareceram-lhe Moisés e Elias, símbolos da Lei e dos
Profetas, síntese da antiga Aliança. Jesus condensa em si a Lei e a
Profecia. Ele, em seu Sangue, sela a Nova Aliança (Lc 22,20). Nesse
momento, “entraram na nuvem”, o que significa a presença de Deus. O Pai
apresenta Jesus aos discípulos como seu Filho amado.
O Evangelho da Transfiguração liga-se à Paixão, pois tira os discípulos do escândalo da Cruz, dando-lhes a visão da futura glorificação pascal. Refletindo o tema da Aliança e Transfiguração participamos desta realidade. A obediência de Jesus deu-lhe a vitória. A meta do cristão é a transfiguração de sua fragilidade pela obediência da fé.
Somos transfigurados por Cristo a partir do Batismo e da presença do Espírito em nós. Somos revestidos de Cristo. Para chegar a isso, somos convidados a subir o monte que é Jesus. Estando na presença de Deus pelo amor, ouviremos as palavras do Pai: “Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz”. O Filho diz as palavras que ouviu do Pai.
O episódio da Transfiguração de Jesus deixa a mensagem que São Paulo em plenitude viveu, tendo podido assegurar: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Trata-se da mudança radical do cristão no modelo divino. Imitação perfeita do Filho de Deus, cujo conhecimento não deve ser meramente especulativo e cujo amor tão pouco não pode ser apenas afetivo.
Tanto os estudos sobre a pessoa de Cristo como a fé no Redentor necessitam estar unidos às obras nas quais se reflete a personalidade de cada um. Conhecimento prático, amor operativo. Ele é a causa eficiente da regeneração do batizado e a causa exemplar de sua santificação, modelo de todos os que se dizem seus discípulos.
Cristo se fez um modelo acessível e atraente, perfeito e abrangente. Os cristãos podem transfigurar sua vida se identificando com Ele: pobres, ricos, sábios e ignorantes – e isto em qualquer circunstância – dado que Ele a todos resgatou, deu a vida sobrenatural e lhes comunica Seus dons celestiais. Ele manifesta uma ética geral e uma disciplina universal de conduta para que se proceda como Ele agia, para que se viva como Ele vivia, para que se sofra como Ele sofria. Ele quer se fazer presente no mundo através de seus discípulos. O Apóstolo dizia: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1Cor 4,16). Deste modo, o fiel se torna a imagem viva do seu Senhor.
Jesus sempre presente nas palavras, nas obras, no coração e na mente de cada um. Cristo o ideal da vida do batizado, o objeto de suas aspirações, o ímã de seus corações. Para isso, é necessário que cada um se interrogue a cada instante: “Que pensaria Jesus neste momento? Como Ele faria esta tarefa? Que quer Ele de mim aqui e agora? Como o posso agradar neste momento?”
Dá-se então “o vir a ser” do fiel no seu Salvador numa total identificação com Ele, no gotejar da renúncia a cada minuto. O próprio Cristo afirmou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 4,14). Não somos o fogo que deve arder nesta Terra, mas devemos ser os propagadores de Sua chama de amor, dado que Ele é a fornalha ardente de caridade e veio para colocar chama na Terra (Lc 12,49).
Grandeza e responsabilidade do cristão! Depende de cada um fazer da vida uma interrogação, um chamado sempre susceptível de ser ouvido por todos as testemunhas que O veem. É a imponderável ação de uma alma sobre a outra. É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores. Com seu exemplo, mesmo sem palavras, o verdadeiro seguidor de Cristo já torna seu irmão melhor.
Onde uma pessoa boa, submissa a Deus vive, reza, sofre, trabalha há sempre uma lareira de calor sublime que aquece, arrasta nos eflúvios das mensagens celestes.
Não basta “estar” cristão, é preciso “ser” cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus.
Padre Bantu Mendonça
O Evangelho da Transfiguração liga-se à Paixão, pois tira os discípulos do escândalo da Cruz, dando-lhes a visão da futura glorificação pascal. Refletindo o tema da Aliança e Transfiguração participamos desta realidade. A obediência de Jesus deu-lhe a vitória. A meta do cristão é a transfiguração de sua fragilidade pela obediência da fé.
Somos transfigurados por Cristo a partir do Batismo e da presença do Espírito em nós. Somos revestidos de Cristo. Para chegar a isso, somos convidados a subir o monte que é Jesus. Estando na presença de Deus pelo amor, ouviremos as palavras do Pai: “Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz”. O Filho diz as palavras que ouviu do Pai.
O episódio da Transfiguração de Jesus deixa a mensagem que São Paulo em plenitude viveu, tendo podido assegurar: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Trata-se da mudança radical do cristão no modelo divino. Imitação perfeita do Filho de Deus, cujo conhecimento não deve ser meramente especulativo e cujo amor tão pouco não pode ser apenas afetivo.
Tanto os estudos sobre a pessoa de Cristo como a fé no Redentor necessitam estar unidos às obras nas quais se reflete a personalidade de cada um. Conhecimento prático, amor operativo. Ele é a causa eficiente da regeneração do batizado e a causa exemplar de sua santificação, modelo de todos os que se dizem seus discípulos.
Cristo se fez um modelo acessível e atraente, perfeito e abrangente. Os cristãos podem transfigurar sua vida se identificando com Ele: pobres, ricos, sábios e ignorantes – e isto em qualquer circunstância – dado que Ele a todos resgatou, deu a vida sobrenatural e lhes comunica Seus dons celestiais. Ele manifesta uma ética geral e uma disciplina universal de conduta para que se proceda como Ele agia, para que se viva como Ele vivia, para que se sofra como Ele sofria. Ele quer se fazer presente no mundo através de seus discípulos. O Apóstolo dizia: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1Cor 4,16). Deste modo, o fiel se torna a imagem viva do seu Senhor.
Jesus sempre presente nas palavras, nas obras, no coração e na mente de cada um. Cristo o ideal da vida do batizado, o objeto de suas aspirações, o ímã de seus corações. Para isso, é necessário que cada um se interrogue a cada instante: “Que pensaria Jesus neste momento? Como Ele faria esta tarefa? Que quer Ele de mim aqui e agora? Como o posso agradar neste momento?”
Dá-se então “o vir a ser” do fiel no seu Salvador numa total identificação com Ele, no gotejar da renúncia a cada minuto. O próprio Cristo afirmou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 4,14). Não somos o fogo que deve arder nesta Terra, mas devemos ser os propagadores de Sua chama de amor, dado que Ele é a fornalha ardente de caridade e veio para colocar chama na Terra (Lc 12,49).
Grandeza e responsabilidade do cristão! Depende de cada um fazer da vida uma interrogação, um chamado sempre susceptível de ser ouvido por todos as testemunhas que O veem. É a imponderável ação de uma alma sobre a outra. É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores. Com seu exemplo, mesmo sem palavras, o verdadeiro seguidor de Cristo já torna seu irmão melhor.
Onde uma pessoa boa, submissa a Deus vive, reza, sofre, trabalha há sempre uma lareira de calor sublime que aquece, arrasta nos eflúvios das mensagens celestes.
Não basta “estar” cristão, é preciso “ser” cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus.
Padre Bantu Mendonça