São Gregório Magno
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
É surpreendente que o texto comece com a leitura profética sem sequer
mencionar a leitura da Lei, que era o elemento mais importante do
ofício. De fato, a leitura profética era concebida como uma explicitação
ou uma ilustração da Lei. Os versículos 16 e 17 contam os preparativos
para a leitura profética, que Jesus tomou a iniciativa de fazer.
Qualquer homem judeu podia fazê-la, assim como a homilia, contanto que
fosse instruído e gozasse de boa reputação.
Os versículos 18 e 19 citam a passagem do livro de Isaias que Jesus leu. De fato, Lucas associa Is 61,1-2 e Is 58,6, segundo uma prática que era então corrente. Cita Is 61,1 e a primeira frase do v. 23. Omite, sem razão aparente, a frase para curar os corações desanimados de Is 61,1, substituindo-a com a frase para pôr em liberdade os oprimidos, tirada de Is 58,63. O v. 20 menciona com precisão os gestos de Jesus e assinala a reação de curiosidade e de expectativa de parte da assembleia.
No v. 21, Jesus toma a palavra para comentar a leitura. O v. 22 assinala uma primeira reação da assembleia. Ficam todos admirados com as palavras de Jesus. Elas ultrapassam tudo o que podiam esperar da boca de um conterrâneo que julgavam conhecer muito bem. Nos versículos 23 a 27, Jesus responde à surpresa e à admiração dos seus ouvintes. Adiantando-se-lhes, começa por formular Ele próprio o desafio que eles deviam ter na ponta da língua: “faz na tua terra o que ouvimos dizer que tens feito em Cafarnaum”. Jesus responde ao desafio, primeiro, declarando que nenhum profeta é bem recebido na sua terra; depois, ilustrando a Sua declaração com os exemplos de Elias e Eliseu.
Os versículos 28 e 29 demonstram uma segunda reação da assembleia totalmente diferente da primeira. Todos os ouvintes se enfurecem contra Jesus, expulsam-No da cidade e tentam assassiná-Lo. O v. 30 conclui o relato com a reação de Jesus: imperturbável e sem um ferimento, Cristo segue o Seu caminho.
Jesus sabia que era o Filho de Deus e se apresentou aos homens que estavam na sinagoga como sendo o cumprimento daquela promessa que estava na leitura de Isaías, a qual Ele tinha proclamado. Enquanto alguns O ouviam, maravilhados, outros desconfiavam dizendo: “Não é este o filho de José?” E, por isso, Jesus disse que um profeta não é bem aceito na sua terra.
Esta cena também pode acontecer conosco. Pense naquelas pessoas que conviveram com você desde criança, que lhe viram crescer, sabem de onde você veio, por onde passou, com quem aprendeu tudo o que sabe, e conseguem identificar até de onde você tirou cada ideia. Para elas você continuará sempre criança. Mesmo que faça prodígios e milagres. Pense nos seus amigos de colégio, da universidade, do trabalho, da internet, do seu movimento, da Igreja, da nova cidade onde você foi morar… Enfim, das pessoas com quem você se relacionou quando já estava com algumas idéias formadas.
Essas pessoas não lhe conhecem, não sabem de onde vieram as suas influências. E o mais importante de tudo: acreditam que você tem algo a adicionar ao que elas têm ou ao que elas são.
O mais surpreendente: se você acompanhou o crescimento de alguém mais novo que você, desde criança, observe como você considera previsíveis as atitudes e as palavras dessa pessoa. E, sem saber, acaba colocando uma barreira que dificulta que algo venha dela para você. Foi assim que Jesus se sentiu em Nazaré. É assim que a maioria dos profissionais se sente em casa, principalmente quando a resolução de um problema – doméstico ou familiar – exige que as pessoas confiem na capacidade dele. Daí que surgiu o ditado: “Em casa de ferreiro, o espeto é de pau”.
Se Jesus nascesse nos dias de hoje, e fosse um desses garotos que brincam na sua rua, que você praticamente viu nascer e está acompanhando o crescimento dele e daqui há uns 20 anos ele voltasse adulto, qual seria a sua reação? “Esse garoto? Filho de “seu” Zé, o marceneiro? Que brincava com os meninos na rua? Só se for pra rir! Impossível! Nunca que ele teria essa capacidade! Eu vi onde ele estudou, as travessuras que aprontou, conheço os pais dele”. E Ele iria dizer: “De fato, um profeta não é bem recebido em sua terra. Então os prodígios não acontecerão aqui, mas nos lugares onde as pessoas acreditem em mim”.
A lição prática do Evangelho de hoje é: não subestimemos a capacidade das pessoas que são próximas a nós. Muitas vezes, elas realizam “prodígios” para os outros, mas não conseguem fazer nada em casa por não terem abertura. Daí o ditado: “Santo de casa não faz milagres”.
Padre Bantu Mendonça
Os versículos 18 e 19 citam a passagem do livro de Isaias que Jesus leu. De fato, Lucas associa Is 61,1-2 e Is 58,6, segundo uma prática que era então corrente. Cita Is 61,1 e a primeira frase do v. 23. Omite, sem razão aparente, a frase para curar os corações desanimados de Is 61,1, substituindo-a com a frase para pôr em liberdade os oprimidos, tirada de Is 58,63. O v. 20 menciona com precisão os gestos de Jesus e assinala a reação de curiosidade e de expectativa de parte da assembleia.
No v. 21, Jesus toma a palavra para comentar a leitura. O v. 22 assinala uma primeira reação da assembleia. Ficam todos admirados com as palavras de Jesus. Elas ultrapassam tudo o que podiam esperar da boca de um conterrâneo que julgavam conhecer muito bem. Nos versículos 23 a 27, Jesus responde à surpresa e à admiração dos seus ouvintes. Adiantando-se-lhes, começa por formular Ele próprio o desafio que eles deviam ter na ponta da língua: “faz na tua terra o que ouvimos dizer que tens feito em Cafarnaum”. Jesus responde ao desafio, primeiro, declarando que nenhum profeta é bem recebido na sua terra; depois, ilustrando a Sua declaração com os exemplos de Elias e Eliseu.
Os versículos 28 e 29 demonstram uma segunda reação da assembleia totalmente diferente da primeira. Todos os ouvintes se enfurecem contra Jesus, expulsam-No da cidade e tentam assassiná-Lo. O v. 30 conclui o relato com a reação de Jesus: imperturbável e sem um ferimento, Cristo segue o Seu caminho.
Jesus sabia que era o Filho de Deus e se apresentou aos homens que estavam na sinagoga como sendo o cumprimento daquela promessa que estava na leitura de Isaías, a qual Ele tinha proclamado. Enquanto alguns O ouviam, maravilhados, outros desconfiavam dizendo: “Não é este o filho de José?” E, por isso, Jesus disse que um profeta não é bem aceito na sua terra.
Esta cena também pode acontecer conosco. Pense naquelas pessoas que conviveram com você desde criança, que lhe viram crescer, sabem de onde você veio, por onde passou, com quem aprendeu tudo o que sabe, e conseguem identificar até de onde você tirou cada ideia. Para elas você continuará sempre criança. Mesmo que faça prodígios e milagres. Pense nos seus amigos de colégio, da universidade, do trabalho, da internet, do seu movimento, da Igreja, da nova cidade onde você foi morar… Enfim, das pessoas com quem você se relacionou quando já estava com algumas idéias formadas.
Essas pessoas não lhe conhecem, não sabem de onde vieram as suas influências. E o mais importante de tudo: acreditam que você tem algo a adicionar ao que elas têm ou ao que elas são.
O mais surpreendente: se você acompanhou o crescimento de alguém mais novo que você, desde criança, observe como você considera previsíveis as atitudes e as palavras dessa pessoa. E, sem saber, acaba colocando uma barreira que dificulta que algo venha dela para você. Foi assim que Jesus se sentiu em Nazaré. É assim que a maioria dos profissionais se sente em casa, principalmente quando a resolução de um problema – doméstico ou familiar – exige que as pessoas confiem na capacidade dele. Daí que surgiu o ditado: “Em casa de ferreiro, o espeto é de pau”.
Se Jesus nascesse nos dias de hoje, e fosse um desses garotos que brincam na sua rua, que você praticamente viu nascer e está acompanhando o crescimento dele e daqui há uns 20 anos ele voltasse adulto, qual seria a sua reação? “Esse garoto? Filho de “seu” Zé, o marceneiro? Que brincava com os meninos na rua? Só se for pra rir! Impossível! Nunca que ele teria essa capacidade! Eu vi onde ele estudou, as travessuras que aprontou, conheço os pais dele”. E Ele iria dizer: “De fato, um profeta não é bem recebido em sua terra. Então os prodígios não acontecerão aqui, mas nos lugares onde as pessoas acreditem em mim”.
A lição prática do Evangelho de hoje é: não subestimemos a capacidade das pessoas que são próximas a nós. Muitas vezes, elas realizam “prodígios” para os outros, mas não conseguem fazer nada em casa por não terem abertura. Daí o ditado: “Santo de casa não faz milagres”.
Padre Bantu Mendonça