Neste domingo, 3 de março, foi o primeiro sem a oração mariana do Angelus, após a renúncia ao ministério petrino de Bento XVI e início da Sé Vacante.Desde o início de seu pontificado, milhões de pessoas, todos os domingos, esperaram por Bento XVI para ouvi-lo e rezar com ele a oração do Angelus, ao meio-dia, na Praça São Pedro.
Em quase oito anos de pontificado, por 455 vezes, de maio de 2005 a fevereiro de 2013, aquele momento tornou-se uma ocasião privilegiada para o Papa emérito falar aos fiéis como um mestre de fé sólida e compreensível. Um guia que imediatamente deixou claro o fundamento de seu magistério: "A palavra que resume toda a revelação é esta: Deus é amor e o amor é sempre um mistério, uma realidade que ultrapassa a razão, sem contradizê-la, mas exalta o seu potencial", disse o pontífice.
Estas palavras foram proferidas por Bento XVI em 22 de maio de 2005 em seu primeiro Angelus da janela da residência apostólica vaticana. Naquele dia, começou a se delinear a função e o valor que Bento XVI atribuiu ao Angelus: fazer uma pequena homilia sobre a liturgia do dia, a lectio divina em forma breve com a qual todos os domingos, na igreja a céu aberto da Praça São Pedro, o Papa teólogo tornou-se pároco para aqueles que pararam para ouvi-lo no meio da multidão ou diante da televisão, pelo rádio, ou pela internet.
O pontífice incentivou os cristãos a redescobrirem a beleza do domingo: "Toda paróquia é chamada a redescobrir a beleza do domingo, Dia do Senhor, em que os discípulos de Cristo renovam na Eucaristia, a comunhão com Aquele que dá sentido às alegrias e dificuldades de cada dia. Nós não podemos viver sem o domingo: assim professaram os primeiros cristãos, mesmo a custo da própria vida, e assim somos chamados a repetir hoje."
Em seu último Angelus, de 24 de fevereiro, Bento XVI disse: "Obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade e, sobretudo, pelas orações neste momento particular para mim e para a Igreja. Desejo a todos um bom domingo e uma boa semana. Obrigado! Estamos sempre unidos na oração."
Fonte: CNBB