Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 13Enviaram-lhe alguns fariseus e herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra. 14Aproximaram-se
dele e disseram-lhe: Mestre, sabemos que és sincero e que não
lisonjeias a ninguém; porque não olhas para as aparências dos homens,
mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. É permitido que se
pague o imposto a César ou não? Devemos ou não pagá-lo? 15Conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu-lhes Jesus: Por que me quereis armar um laço? Mostrai-me um denário. 16Apresentaram-lho. E ele perguntou-lhes: De quem é esta imagem e a inscrição? De César, responderam-lhe. 17Jesus
então lhes replicou. Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que
é de Deus. E admiravam-se dele. - Palavra da salvação.
Comentário
Os fariseus
"armaram uma" para pegar Jesus. Qualquer resposta do Mestre, o
incriminaria, porém se Jesus fosse uma pessoa comum. Mas não o era. Logo
percebeu que era uma armadilha para pegá-lo, um laço como ele disse. Só
pela cara de fingidos. Ao dirigir as primeiras palavras a Jesus, já
dava para entender que estavam agindo de má fé. Se Jesus dissesse que
era injusto pagar imposto ao Imperador de Roma, os mandatários romanos ali presentes, logo o enquadrariam como
revoltoso, e o jogariam contra o poder romano (que dominava a Palestina
no tempo de Jesus), e Ele logo seria preso, e o seu plano de amor para
conosco estaria terminado sem mesmo ter começado. Se Jesus dissesse que
era justo pagar o imposto a César, imperador de Roma que ora dominava e
oprimia aquele povo, este mesmo povo se voltaria contra Jesus chamando-o
de traidor, e o exterminaria antes da hora. Para os fariseus, era a
pegada perfeita que deixaria Jesus sem saída. Mas não sabiam que estavam
brincando com o próprio Deus. E Jesus, simplesmente como em todas as
vezes que tentaram pegá-lo, dá uma saída de Mestre!
"Por que me quereis armar um laço? Mostrai-me um denário... ... De quem é esta imagem e a inscrição? De César... ... Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus."
Para
o partido dos Zelotes e todos aqueles que faziam resistência ao domínio
romano, a atitude de Jesus foi de uma covardia muito grande. Para eles,
Jesus "amarelou", como dizemos atualmente no Brasil, quando alguém fica
com medo e muda de idéia. Para os representantes do domínio romano na
palestina, Jesus acabara de demonstrar que Ele não representava nenhum
perigo à presença de Roma naquele lugar, e assim, deixa-o livre para ir e
vir, e falar ao povo. Para nós, hoje, podemos interpretar a atitude de
Jesus da seguinte maneira. Ele não tomou nenhum partido por que não era
chegada a sua hora. Porque com certeza, iriam pegá-lo. Por outro lado,
apesar de alguns socialistas e antiimperialistas terem ficado
decepcionados com o Jesus histórico, o reino de Jesus não era deste mundo.
Ele não se envolvia em questões políticas, como estavam esperando
alguns, que Jesus teria vindo para libertá-los do poder romano.
Nós
também somos assim. Queremos um Jesus, um Deus que resolva os nossos
problemas, não nos importando com aqueles que forem prejudicados. Deus é
pai de todos nós. Não importando o partido político, o time preferido,
se somos ricos, ou se somos pobres. Deus não toma partido nem tampouco
discrimina ninguém. Pelo contrário, está sempre nos convidando a mudar
de vida e a segui-lo.
Fonte:
http://evangelizandonapalavra.blogspot.com.br/2011/03/homilia-santa-marcos-1213-17.html
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